Vocação, trajetória, inspiração e experiência das nossas mulheres STEAM

Na Zabala Innovation, acreditamos firmemente no poder transformador da diversidade e da inclusão no setor STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática). Este ano, decidimos destacar as mulheres dos nossos escritórios em Paris e Bordéus, que possuem a maior percentagem de mulheres STEAM e que estão a deixar uma marca inesquecível nestes domínios. Através de três questões-chave, explorámos as suas trajetórias, as suas fontes de inspiração e como se sentem atualmente.

As histórias destas mulheres são um testemunho da sua dedicação e talento. Ao partilhar as suas experiências, esperamos inspirar as futuras gerações e contribuir para um ambiente mais inclusivo e equitativo no mundo da ciência e da tecnologia. Junte-se a nós nesta viagem para conhecer de perto as mulheres que estão a redefinir o futuro no coração de França.

O que a inspirou a seguir uma carreira na ciência e qual foi o seu percurso até aqui?

Cristina Catalina

A minha jornada como engenheira ambiental começou com uma inspiração profundamente enraizada na forte ligação da minha família com a natureza, pois crescemos no campo. Desde pequena, estive rodeada por um grande apreço pelo meio ambiente—longos passeios, um enorme interesse pelas interações complexas dos ecossistemas, da flora e da fauna, e uma compreensão partilhada sobre como a natureza nos sustenta. Estas experiências moldaram a minha visão do mundo e plantaram a semente da minha paixão pela ciência ambiental.

Por outro lado, devo admitir que as minhas aspirações iniciais não estavam na engenharia, mas sim na medicina. Vindo de uma família com tradição na área da saúde, sempre imaginei seguir esse caminho para ajudar os outros como médica. No entanto, com o tempo, percebi que a minha verdadeira vocação estava mais ligada ao meio ambiente, às energias renováveis e à busca de novas soluções—um propósito que, no fim das contas, também beneficia as pessoas. Essa mudança permitiu-me combinar a minha curiosidade científica com um objetivo profundamente pessoal e significativo: proteger o mundo em que vivemos para as gerações futuras.

Parisa Louise Darzi

Desde muito nova, sempre fiquei fascinada com o funcionamento das coisas, fosse o crescimento das plantas ou a forma como a tecnologia pode resolver problemas do mundo real. O meu interesse pela ciência nasceu de uma curiosidade natural, incentivada por algumas pessoas chave na minha vida que me encorajaram a fazer perguntas e a procurar respostas. Tive a sorte de estar rodeada de professores e mentores que reconheceram o meu potencial e me incentivaram a desenvolver os meus interesses de forma estruturada. Com o tempo, essa curiosidade transformou-se numa verdadeira paixão pela inovação e pela resolução de problemas, levando-me a explorar o fascinante mundo da ciência ambiental. O meu percurso não foi linear, mas cada passo foi uma experiência valiosa que me aproximou do meu objetivo de contribuir de forma significativa.

Apolline Simon

Sempre adorei criar através da pintura, do desenho, da culinária, do artesanato e até da programação. Sou, e sempre fui, uma pessoa muito curiosa. Gosto de compreender como as coisas funcionam em profundidade. Tive a sorte de crescer numa família onde partilhar interesses e debater ideias era muito importante. A curiosidade é provavelmente a principal razão pela qual escolhi as ciências na universidade, primeiro com a matemática e depois com a física e a química. Acho fascinante como as tecnologias podem melhorar o conhecimento e a vida das pessoas.

O que mais gostei na universidade foi poder dedicar tempo a compreender um tema científico com precisão, e foi por isso que decidi continuar inicialmente na investigação. Fiz um doutoramento multidisciplinar para combinar a abordagem experimental e técnica da ciência fundamental com a criatividade e a possibilidade de colaborar com cientistas de várias áreas.

Blanca Palomo

Desde pequena, sempre estive interessada pelo mundo à minha volta. A minha curiosidade, o meu interesse pela química e o meu desejo de aprender levaram-me a estudar engenharia química. Mas a minha sede de conhecimento não parou por aí, por isso continuei com um doutoramento em física e química de materiais.
Ao longo dos anos, tive a oportunidade de trabalhar em muitos projetos de inovação. Hoje, como consultora de inovação, continuo a aprender e a enfrentar novos desafios.

O meu percurso mostra que, com curiosidade e perseverança, tudo é possível. A todos aqueles que sonham com a ciência e a inovação: atrevam-se, explorem e nunca parem de aprender.

Maëlla Bostvironnois

Sempre adorei a ciência desde muito jovem. Os meus pais sempre me incentivaram a fazer o que gostava, desde que tivesse sucesso. Assim, naturalmente, segui o caminho do estudo da ciência, começando por uma turma preparatória. Depressa percebi que a área que mais me interessava e na qual tinha mais aptidão era a química. Por essa razão, estudei para me tornar engenheira química.

Que conselho daria a outras jovens interessadas na ciência ou na tecnologia?

Cristina Catalina

A todas as jovens que sonham com um futuro na ciência ou na tecnologia, quero dizer-vos isto: somos capazes de alcançar tudo a que nos propomos. As nossas contribuições estão a transformar o mundo hoje e continuarão a fazê-lo amanhã.

Não deixem que os estereótipos ou as dúvidas vos impeçam. Acreditem na vossa capacidade de liderar, inovar e inspirar. Rodeiem-se de pessoas que vos motivem, procurem mentores e nunca subestimem o poder da vossa voz. Juntas, não estamos apenas a derrubar barreiras—estamos a tornar-nos as referências que um dia admirámos.

Parisa Louise Darzi

Diria para confiarem no seu instinto e nunca deixarem que a dúvida as impeça de avançar. A ciência e a tecnologia podem, por vezes, parecer áreas dominadas por homens, mas há uma enorme oportunidade de causar um impacto real. Não tenham receio de falar, fazer perguntas e alimentar a vossa curiosidade. A vossa perspetiva única é valiosa e é fundamental encontrar mentores que vos possam guiar e ajudar a ultrapassar desafios. Não existe um “caminho certo”, por isso, explorem diferentes áreas e confiem que a vossa paixão vos levará ao lugar onde devem estar. Continuem a avançar e lembrem-se de que o mundo precisa das inovações e ideias que só vocês podem trazer.

Apolline Simon

Eu diria a qualquer jovem interessada em ciência ou tecnologia que nunca duvide do seu próprio valor. É verdade que estas áreas são geralmente dominadas por homens, mas isso não significa que elas não possam fazer parte delas. Na verdade, para mim, significa exatamente o contrário: a diversidade é essencial, pois dá origem a novas ideias e perceções.

Se aquilo que desperta a tua curiosidade, o que queres estudar e o setor onde queres trabalhar está ligado às ciências e tecnologias, então deves seguir esse caminho sem hesitação. O objetivo é encontrar as áreas, as universidades ou as escolas que melhor se adequam à tua forma de pensar e trabalhar, e sem dúvida poderás construir uma carreira incrível em STEAM.

Blanca Palomo

Acredita em ti mesma, mantém a curiosidade e não deixes que os estereótipos te limitem — as mulheres têm o seu lugar em todas as áreas. Rodeia-te de mentores que te apoiem, não tenhas medo de aceitar desafios e continua a aprender. As tuas ideias são importantes!

Maëlla Bostvironnois

Se as jovens gostam de ciência e querem compreender como funciona o mundo à sua volta e a tecnologia, devem fazê-lo e sentir-se livres para se envolverem.

O que acha que a diversidade (de género, experiências, etc.) traz para o campo científico e como podemos promovê-la?

Cristina Catalina

A diversidade é o motor da inovação. Quando pessoas de diferentes origens, perspetivas e experiências se juntam, trazem novas formas de pensar e encontram soluções que ninguém poderia descobrir sozinho. Na ciência, isso leva a grandes descobertas, tecnologias mais inclusivas e melhores resultados para todos.
Para tornar a diversidade uma realidade, precisamos de criar espaços onde todos se sintam valorizados e ouvidos. Tudo começa com a educação—garantindo igualdade de oportunidades, melhor representação e um forte apoio a quem mais precisa. Juntos, podemos construir um futuro baseado na colaboração, na criatividade e na equidade.

Parisa Louise Darzi

A diversidade no campo científico traz uma riqueza de perspetivas essencial para impulsionar a inovação. Quando pessoas de diferentes origens, géneros e experiências trabalham juntas, surgem novas ideias e abordagens que podem levar a descobertas que, de outra forma, talvez nunca tivessem sido consideradas. A inclusão incentiva a colaboração, estimula a criatividade e permite-nos desenvolver soluções mais completas e eficazes.

Para promover ainda mais a diversidade, precisamos de continuar a criar ambientes acolhedores e inclusivos. Isto pode ser feito através da disponibilização de mais oportunidades de mentoria, da consciencialização sobre preconceitos inconscientes e da implementação de políticas que incentivem o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, especialmente para mulheres e grupos sub-representados. Encorajar jovens de diferentes origens a explorar a ciência e a tecnologia levará, no futuro, a avanços mais inclusivos e inovadores.

Apolline Simon

A diversidade no campo científico, tal como em qualquer outro campo, é crucial. Pessoas com diferentes formas de pensar, origens, interesses, pontos fortes, maneiras de visualizar e aprender trazem várias soluções para os mesmos desafios, e isso é o que torna tudo mais interessante.

O confronto de pontos de vista, os testes, as experimentações e as dúvidas estão no coração da ciência, e quanto mais diversas forem as pessoas que contribuem para ela, mais rica a ciência se torna.

A representatividade é muito importante, por isso é essencial dar visibilidade aos diferentes atores que participam nos projetos científicos. Para promovê-la, é fundamental convidar mais mulheres de diversas áreas para as universidades e escolas secundárias, mas, acima de tudo, para as escolas primárias. É essencial que todas as crianças e estudantes se sintam legitimados a seguir o percurso educativo e a carreira que escolherem, com base nos seus interesses e objetivos de vida, e não em preconceitos de género.

Blanca Palomo

¡Desde pequena, sempre estive interessada pelo mundo à minha volta. A minha curiosidade foi despertada por um professor cujo entusiasmo tornava a matéria interessante e me incentivava a explorá-la mais profundamente. À medida que continuei os meus estudos, o meu apreço pela resolução de problemas e pela descoberta cresceu, levando-me a aprofundar os meus conhecimentos através da educação e de experiências práticas. Hoje, espero contribuir para o campo científico e, por sua vez, inspirar outros, tal como o meu professor me inspirou.

Maëlla Bostvironnois

Podemos ter a impressão de que, como mulheres, temos de ser ainda melhores do que os outros para justificar o nosso lugar na área. Isto pode colocar pressão sobre nós, mas a crescente presença de mulheres nos campos científicos está a ajudar a combater esse sentimento e a aumentar a aceitação das mulheres nestes setores. As mulheres têm tanto para contribuir para a ciência como os homens. Tal como em qualquer área, acredito que somos mais fortes juntos e que a diversidade de género conduz a um maior sucesso e a um bom ambiente de trabalho.