O projeto MarginUp!, financiado pelo programa-quadro Horizon Europe, foi lançado com o objectivo de aumentar o potencial da biodiversidade e a produção de matérias-primas industriais de base biológica em terras marginais. O projeto é coordenado pelo Instituto Leibniz de Engenharia Agrícola e Bioeconomia (ATB) e reúne 29 parceiros de oito países europeus e dois parceiros internacionais (Argentina e África do Sul) dos sectores da agricultura e da bioeconomia.
MarginUp! irá desenvolver cadeias de valor sustentáveis e circulares para produzir bioprodutos e biocombustíveis a partir de matérias-primas naturais cultivadas em terras marginais. Ao introduzir culturas não alimentares resistentes ao clima e amigas da biodiversidade em terras marginais e de baixa produtividade, o projeto MarginUp! visa aumentar a resiliência dos sistemas agrícolas, aumentar a biodiversidade e promover a participação das partes interessadas.
Este projeto de quatro anos começou oficialmente em Dezembro de 2022 e recebeu uma subvenção total de pouco menos de 7 milhões de euros da Comissão Europeia ao abrigo do programa “Sectores da economia circular e da bioeconomia” do Horizon Europe.
A Zabala Innovation irá trabalhar no projeto a partir de três perspectivas diferentes. Apoiará todas as acções de coordenação, trabalhará em acções de Inovação Social incluindo tarefas como o envolvimento e mapeamento das partes interessadas, e trabalhará também em algumas questões de Comunicação e Disseminação.
Antecedentes do MarginUp!
Actualmente, 60% a 70% dos solos europeus não são saudáveis em resultado de más práticas de gestão do solo, poluição, agricultura intensiva, urbanização e os efeitos das alterações climáticas. Devido a este e outros constrangimentos biofísicos que limitam a produtividade agrícola, quase 30% da região da UE é classificada como terra agrícola marginal, ou seja, terra de baixo valor agrícola ou de desenvolvimento porque as culturas nela cultivadas valem menos do que as rendas pagas pelo acesso à área.
Uma maior degradação desta terra conduzirá a uma maior perda de biodiversidade e danos nos ecossistemas, tornando a terra e os ecossistemas circundantes mais vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas, incluindo a desertificação.
O MarginUp! propõe soluções para garantir a utilização e rentabilidade das terras marginais, ao mesmo tempo que aumenta a biodiversidade através do cultivo de plantas não alimentares resistentes ao clima e amigas da biodiversidade para a produção sustentável de matérias-primas industriais em terras marginais. Isto proporcionará uma fonte local abundante de matérias-primas renováveis para a produção de produtos de elevado valor biológico, contribuindo ao mesmo tempo para a restauração e saúde dos ecossistemas.
Aprender no terreno: sete estudos de caso
O projeto MarginUp! baseia-se na aprendizagem de sete estudos de casos: cinco implementações em toda a Europa (Espanha, Grécia, Suécia, Alemanha e Hungria), bem como casos de utilização na Argentina e África do Sul, que em conjunto aumentam o potencial de replicação dos resultados do projeto. Os 29 parceiros do consórcio trabalharão em conjunto para identificar as melhores práticas para a produção sustentável de biomassa e produtos de base biológica que salvaguardem a biodiversidade e os ecossistemas locais.
Cada caso de estudo tem em conta a utilização e as propriedades actuais da área e propõe culturas e estratégias de rotação de culturas que aumentam a biodiversidade e a produtividade do solo de acordo com as exigências locais, desde solos mediterrânicos em Espanha a terras mineiras na Grécia, solos boreais na Suécia, terras húmidas na Alemanha, terras desérticas na Hungria, pastagens degradadas na Argentina e áreas de invasão arbustiva na África do Sul.
As culturas propostas criam um fornecimento sustentável de recursos para fomentar o desenvolvimento de empresas de bioeconomia à escala local e regional, ao mesmo tempo que proporcionam benefícios para os ecossistemas e aumentam a resistência às alterações climáticas.
Através destas acções, o MarginUp! contribui directamente para as metas e políticas europeias de neutralidade climática, tais como o Pacto Verde Europeu, o Plano de Acção da Economia Circular, a Estratégia da Bioeconomia e a Estratégia do Solo da UE.
