
Opinião
Projetos europeus
Atividades de exploração, essenciais para o impacto dos projetos europeus

Javier Uranga
Consultor en el área de Emprendimiento de Proyectos Europeos
INOVAÇÃO
As fronteiras da realidade podem agora ser esbatidas em paisagens digitais imersivas, onde a inovação impulsionada pelo ser humano encontrou um novo espaço para prosperar
Consultor em Projetos Europeus
Imagine entrar num mundo onde as fronteiras da realidade se esbatem, onde pode construir cidades do futuro, explorar as profundezas do corpo humano ou colaborar com colegas de todo o mundo, tudo isto sem sair do seu quarto, laboratório ou escritório. Esta não é uma cena de um romance de ficção científica, mas um vislumbre do poder transformador dos mundos virtuais. Estas paisagens digitais imersivas já não se limitam ao domínio dos jogos e do entretenimento, mas tornaram-se um terreno fértil para a inovação orientada para o ser humano, remodelando a forma como criamos, aprendemos e resolvemos problemas.
No atual panorama tecnológico e social, a necessidade de tecnologia dos mundos virtuais é mais premente do que nunca. O ritmo acelerado da transformação digital, associado aos desafios globais colocados por pandemias, alterações climáticas e mudanças económicas, sublinha a importância dos mundos virtuais. Com um crescimento global estimado em 800 mil milhões de euros até 2030 e a potencial criação de 860 000 novos postos de trabalho até 2025, os mundos virtuais vão transformar os sectores empresarial e do emprego da UE.
Os mundos virtuais oferecem um espaço de experimentação sem consequências no mundo real. Nestes ambientes digitais, os utilizadores podem criar protótipos de ideias, testar teorias e visualizar resultados de formas que são frequentemente impraticáveis ou impossíveis no mundo físico. Esta liberdade de experimentação acelera o processo criativo, permitindo uma rápida iteração e aperfeiçoamento das ideias. Por exemplo, os arquitectos e urbanistas utilizam a realidade virtual para conceber e modelar edifícios e cidades, permitindo-lhes explorar diferentes cenários e concepções de uma forma rentável.
Uma das vantagens mais significativas dos mundos virtuais é a sua capacidade de reunir pessoas de diferentes lugares num espaço partilhado. Esta capacidade é especialmente valiosa na economia globalizada de hoje, em que a colaboração abrange frequentemente continentes. Os ambientes virtuais permitem que as equipas trabalhem em conjunto em tempo real, independentemente da sua localização física. Por exemplo, empresas como a Microsoft e a NVIDIA desenvolveram ferramentas de colaboração virtual que permitem que as equipas remotas se reúnam em escritórios virtuais, troquem ideias em quadros brancos virtuais e participem em actividades imersivas de formação de equipas.
Para além das indústrias individuais, os mundos virtuais têm o potencial de impulsionar uma inovação social mais ampla. Podem ser utilizados para simular desafios sociais e ambientais, ajudando os decisores políticos e os investigadores a explorar os potenciais impactos de diferentes intervenções. Por exemplo, as simulações virtuais podem modelar os efeitos das alterações climáticas nas zonas urbanas, permitindo aos planeadores desenvolver estratégias de atenuação e adaptação mais eficazes. Além disso, os mundos virtuais podem fomentar a empatia e a compreensão, permitindo aos utilizadores experimentar a vida de diferentes perspectivas, promovendo a coesão e a inclusão sociais.
Nesta revolução, a interação homem-máquina (HMI) é uma componente crítica da inovação que os mundos virtuais facilitam. As tecnologias HMI, como os auscultadores de realidade virtual, os dispositivos de feedback háptico e os sensores de movimento avançados, criam interacções mais imersivas e intuitivas entre os utilizadores e os ambientes digitais. Estas interacções são fundamentais para garantir que as experiências virtuais sejam realistas e envolventes, o que aumenta a sua utilidade para a inovação.
Por exemplo, no design industrial, a HMI permite aos designers manipular modelos 3D com precisão e facilidade, explorando a ergonomia e a funcionalidade de novos produtos num espaço virtual antes de os fabricar. Nos cuidados de saúde, a HMI avançada permite aos cirurgiões controlar instrumentos robóticos com elevada precisão durante as sessões de formação virtuais, imitando de perto os procedimentos cirúrgicos do mundo real.
Além disso, a integração da inteligência artificial (IA) nos mundos virtuais pode adaptar os ambientes em tempo real com base nos contributos dos utilizadores, proporcionando uma experiência dinâmica e personalizada. Os avatares e assistentes virtuais baseados em IA podem facilitar tarefas complexas, fornecer informações em tempo real e ajudar os utilizadores a navegar nos espaços virtuais, tornando estes ambientes mais acessíveis e eficazes para a inovação. Em última análise, a necessidade de intervenção humana é inquestionável.
Parcerias público-privadas para acelerar a implantação de tecnologias do mundo virtual. O seu apoio é essencial para criar um ambiente propício à inovação e para garantir que os benefícios destas tecnologias sejam amplamente distribuídos. Este apoio deve assumir a forma de:
Estão a ser dados passos nesse sentido, com a criação na Europa da nova Parceria Público-Privada “Mundos Virtuais” e a adoção de uma estratégia para a Web 4.0 e os mundos virtuais, destinada a orientar a próxima transição tecnológica e a garantir um ambiente digital aberto, seguro, fiável, justo e inclusivo para os cidadãos, as empresas e as administrações públicas da UE. A estratégia articula-se em torno de quatro pilares: capacitação das pessoas e reforço das competências; empresas; administração; abertura e governação mundial da Web 4.0 e dos mundos virtuais. Esta estratégia define claramente o roteiro a seguir nos próximos anos para sermos os primeiros nesta nova transição tecnológica.
Apesar do seu potencial, a adoção de mundos virtuais para a inovação não está isenta de desafios. Questões como a acessibilidade, as limitações tecnológicas e a necessidade de medidas robustas de cibersegurança devem ser abordadas. Garantir que estes ambientes virtuais sejam inclusivos e acessíveis a todos, independentemente do estatuto socioeconómico, é crucial para maximizar o seu impacto. Além disso, o desenvolvimento de mundos virtuais deve dar prioridade à privacidade dos utilizadores e à segurança dos dados para criar confiança e incentivar a sua utilização generalizada.
Em última análise, os mundos virtuais estão a revelar-se ferramentas inestimáveis para a inovação impulsionada pelo ser humano, oferecendo novas formas de colaborar, aprender e resolver problemas complexos e, tendo em conta o panorama atual, a necessidade de tecnologia de mundos virtuais é inegável. Podemos desbloquear novos níveis de criatividade e colaboração, preparando o caminho para um futuro mais inovador e interligado.
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