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Descarbonização
O que é a descarbonização do sistema energético?
A transição para um sistema energético livre de carbono é crucial para combater as alterações climáticas e garantir um futuro sustentável
Descarbonização
O desafio de alcançar uma aviação neutra em termos de carbono até 2050 é particularmente complexo
A descarbonização do transporte aéreo é um processo integral que visa reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa (GEE) geradas pela aviação. Este esforço enquadra-se nos objetivos globais de combate às alterações climáticas, tal como estipulado no Acordo de Paris. O objetivo principal é que o transporte aéreo seja neutro em carbono até meados deste século, o que implica uma transformação profunda nas tecnologias, operações e políticas do setor. Trata-se de um desafio complexo que requer uma abordagem integrada e coordenada. Embora os desafios sejam significativos, as oportunidades para inovar e transformar a indústria são igualmente grandes.
A descarbonização do transporte aéreo implica a implementação de múltiplas medidas e estratégias para reduzir as emissões. Em primeiro lugar, a adoção de combustíveis de aviação sustentáveis (SAF, na sigla em inglês) é fundamental. Estes combustíveis, derivados de fontes renováveis como resíduos agrícolas ou algas, podem reduzir as emissões de carbono em até 80% em comparação com os combustíveis fósseis tradicionais. Além disso, estão a ser desenvolvidas tecnologias de propulsão alternativas, como motores elétricos e híbridos, que prometem uma redução significativa das emissões.
Outro aspeto crucial é a melhoria da eficiência operacional. Isto inclui otimizar as rotas de voo, melhorar a gestão do tráfego aéreo e reduzir o peso dos aviões através do uso de materiais mais leves e resistentes. A eletrificação das operações em terra, como o uso de veículos elétricos para manutenção e carregamento, também contribui para a redução das emissões.
Do ponto de vista político, é essencial a implementação de regulamentações que incentivem a transição para uma aviação mais sustentável. Isto pode incluir impostos sobre as emissões, subsídios para o desenvolvimento de tecnologias limpas e a criação de normas internacionais de sustentabilidade para a indústria.
A descarbonização do transporte aéreo tem um impacto amplo e profundo em vários atores do setor. Em primeiro lugar, as companhias aéreas devem adaptar as suas frotas e operações para cumprir os novos padrões de sustentabilidade. Isto implica investimentos significativos em novos aviões e tecnologias, bem como na formação de pessoal.
Os fabricantes de aviões e motores, como a Airbus e a Boeing, também são diretamente afetados. Eles devem inovar e desenvolver modelos mais eficientes e menos poluentes. As empresas fornecedoras de combustíveis e os aeroportos também desempenham um papel crucial, pois precisam de adaptar as suas infraestruturas para o fornecimento e armazenamento de combustíveis sustentáveis e para a eletrificação das suas operações.
Por fim, os passageiros e a sociedade em geral também estão envolvidos. É provável que os custos da descarbonização se reflitam nos preços dos bilhetes, e os consumidores podem precisar de se adaptar a novas práticas e normas de viagem mais sustentáveis.
O principal desafio da descarbonização do transporte aéreo é a viabilidade técnica e económica das novas tecnologias e combustíveis. A produção em larga escala de combustíveis de aviação sustentáveis ainda é limitada e cara. Além disso, as tecnologias de propulsão elétrica e de hidrogénio estão em fases iniciais de desenvolvimento e requerem investimentos significativos em investigação e desenvolvimento.
As infraestruturas atuais dos aeroportos e as redes de fornecimento de combustíveis também precisam de ser adaptadas e modernizadas para suportar a transição para combustíveis e tecnologias mais limpas. Isto representa um desafio logístico e económico considerável.
Outro obstáculo importante é a necessidade de coordenação e cooperação a nível global. A aviação é uma indústria internacional, e uma descarbonização eficaz requer a harmonização de políticas e regulamentações entre diferentes países e regiões. Isto inclui a criação de normas internacionais para combustíveis sustentáveis e a implementação de mecanismos de mercado, como o comércio de emissões de carbono.
A descarbonização do transporte aéreo pode ser alcançada através de uma combinação de inovação tecnológica, políticas públicas e colaboração internacional. Em primeiro lugar, é essencial investir em investigação e desenvolvimento para melhorar a eficiência dos aviões e desenvolver novas tecnologias de propulsão, como motores elétricos e de hidrogénio. Os governos e as empresas devem colaborar em projetos piloto e testes de novas tecnologias para acelerar a sua adoção.
Além disso, é necessário um quadro regulamentar robusto que incentive a transição para combustíveis e tecnologias mais sustentáveis. Isto pode incluir subsídios para o desenvolvimento e produção de combustíveis sustentáveis, impostos sobre as emissões de carbono e a implementação de normas ambientais rigorosas.
A cooperação internacional é fundamental para superar os desafios técnicos e económicos. Organismos como a Organização da Aviação Civil Internacional e a União Europeia estão a trabalhar na criação de regulamentações e políticas que promovam a descarbonização do setor. A colaboração entre os diferentes atores da indústria, incluindo fabricantes, companhias aéreas, aeroportos e fornecedores de combustíveis, também é importante.
Empresas como a TAP, Galp e ANA — Aeroportos de Portugal assinaram acordos para desenvolver, produzir e fornecer combustíveis sustentáveis para aviação em larga escala. Para marcar o acordo, foi realizado o primeiro voo em Portugal abastecido com Sustainable Aviation Fuel, que incorporou 39% de matéria de origem renovável, resultando numa diminuição de 35% das emissões totais de CO2.
O Governo aprovou uma verba de 90 milhões de euros para a descarbonização dos transportes públicos, que inclui o transporte aéreo, através do Plano de Recuperação e Resiliência.
A nível global, a descarbonização do transporte aéreo é uma prioridade crescente na agenda ambiental. A Organização da Aviação Civil Internacional estabeleceu objetivos ambiciosos para reduzir as emissões de CO2 do setor, incluindo a meta de crescimento neutro em carbono a partir de 2020 e a redução de 50% das emissões líquidas até 2050 em comparação com os níveis de 2005.
Na Europa, a Estratégia de Mobilidade Sustentável e a Lei do Clima destacam a importância da descarbonização da aviação para alcançar a neutralidade climática em 2050. A União Europeia implementou o sistema de comércio de emissões para a aviação e está a fomentar o desenvolvimento e uso de combustíveis sustentáveis através de programas como o RefuelEU Aviation.
Nos Estados Unidos, a Federal Aviation Administration e o Department of Energy estão a colaborar em iniciativas para promover a sustentabilidade na aviação, incluindo o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis e a investigação em novas tecnologias de propulsão.
A nível nacional, muitos países estabeleceram os seus próprios planos e estratégias para descarbonizar o transporte aéreo. Por exemplo, o Japão e a Coreia do Sul estão a investir em tecnologias de hidrogénio para a aviação, enquanto países como a Noruega estão a liderar a implementação de voos elétricos de curto alcance.
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Opinião
Portugal 2030
Inês Meireles
Consultora de Inovação para Projetos Nacionais
Publicação
HIDROGÉNIO
Nesta publicação, exploramos a ascensão do hidrogénio verde no contexto europeu, examinando os tópicos e as oportunidades de financiamento que atualmente apoiam a sua implementação
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Orientamos as empresas através da implementação de estratégias de inovação adequadas, o que lhes permite enfrentar qualquer desafio de transformação de uma forma coordenada e eficaz, a partir de uma perspetiva integrada.