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Um debate organizado do projeto BeFlexible aborda esta questão-chave na reforma do design do mercado elétrico
Diretor de Relações Institucionais em Bruxelas
Numa sessão concorrida que teve lugar no final do mês passado em Paris, no âmbito do Enlit Europe, o projeto europeu BeFlexible, em colaboração com os projetos Enflate e Stream, assistiu-se a um debate sobre a flexibilidade dos mercados de energia que teve como foco a pergunta: “Estão os consumidores prontos para a inovação na flexibilização dos mercados energéticos?”. O evento atraiu mais de 150 participantes interessados em explorar as dinâmicas complexas do setor energético em evolução.
A sessão contou com um painel de especialistas da indústria e centros de investigação: Fernando David Martín Utrilla da i-DE (grupo Iberdrola), coordenador do projeto BeFlexible; Jan Jeriha, da Universidade de Liubliana, coordenador do projeto Stream; Katerina Drivakou, da Ubitech, coordenadora do projeto Enflate; e Ricardo Bessa, da Inesc Tec, orador principal.
Como parte da equipa do projeto Horizon Europe BeFlexible, tive a oportunidade de moderar a sessão, na qual se gerou um debate crucial sobre o novo paradigma para os consumidores de energia e se navegou pela paisagem atual do mercado elétrico, após a sua recente transformação.
O BeFlexible é uma iniciativa abrangente construída sobre quatro pilares-chave. Começa com uma análise dos mercados e regulamentações com o objetivo de estabelecer um enquadramento flexível para novas oportunidades comerciais. O passo seguinte implica definir e adaptar um ecossistema de serviços para oferecer soluções diversas e flexíveis em diferentes setores. A implementação inclui a criação de plataformas e arquiteturas, como a Rede de Dados e Negócios de Rede (GDBN, sigla em inglês), garantindo uma interoperabilidade completa de dados. Por último, o BeFlexible enfatiza a participação do cliente e uma abordagem de cocriação social para satisfazer eficazmente as necessidades do consumidor.
O foco do debate esteve na necessidade de desbloquear os mercados de flexibilidade, abordando aspetos críticos das futuras oportunidades no setor energético. O painel aprofundou temas como as barreiras e motivações que influenciam a participação do consumidor, a interoperabilidade da plataforma e os quadros regulamentares em evolução. Também foi central na conversa o reconhecimento de uma mudança de paradigma em direção à conectividade inteligente da rede para os consumidores, com um enfoque em incentivos, educação, feedback e apoio para a participação ativa.
Ao destacar o papel fundamental das plataformas, o painel explorou as oportunidades oferecidas por vários projetos dentro dos clusters financiados pela União Europeia. O debate também aprofundou os desafios regulamentares e propôs soluções de serviços flexíveis, destacando o delicado equilíbrio entre a inovação e a adaptação regulamentar.
As ideias-chave de Ricardo Bessa apontaram os desafios de fomentar a participação a longo prazo do cliente nos mercados de flexibilidade. Discutiu-se o potencial de uma combinação de incentivos monetários e não monetários para desbloquear a flexibilidade, enfatizando a necessidade de uma maior informação do consumidor e literacia energética, e destacou o gargalo das redes de baixa tensão para a descarbonização, que requer novos paradigmas de planeamento e operação.
Bessa sublinhou ainda a importância fundamental da interoperabilidade entre plataformas, sistemas e serviços para uma exploração rápida e rentável da flexibilidade. Nesta perspetiva, enfatizou a natureza interconectada da paisagem energética, onde a integração perfeita é crucial para desbloquear o seu máximo potencial.
Ao abordar as complexidades regulamentares, os participantes destacaram o crescente desafio de acomodar os novos recursos energéticos distribuídos, os papéis e os modelos comerciais entre eles. Neste sentido, são especialmente relevantes a harmonização transfronteiriça, a integração explícita da flexibilidade nas avaliações de segurança do fornecimento e a implementação de tarifas de rede refletindo custos. As perceções do painel lançaram luz sobre o delicado equilíbrio necessário para harmonizar soluções inovadoras com os quadros regulamentares.
Assim, para além de ser uma plataforma para a troca de conhecimentos, o evento destacou os esforços colaborativos necessários para moldar o futuro do panorama energético.
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