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Inovação social

Três programas europeus para impulsionar as transformações sociais em 2025

Inovação social convites

A Comissão Europeia avança em direção a um modelo de sociedade mais inclusiva e equitativa através de programas de financiamento europeus, entre os quais se encontram aqueles destinados a projetos de inovação social, cultural e democrática no âmbito do Horizon Europe, CERV e Europa Criativa. Estas iniciativas procuram abordar os desafios sociais que a Europa enfrenta, incluindo temas tão variados como o património cultural, a igualdade de direitos e a cooperação no setor cultural e criativo. Em 2025, o financiamento será direcionado a projetos que promovam transformações em áreas-chave para a União Europeia.

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Izaskun De Allende, consultora especializada na área de Inovação Social de Projetos Europeus na Zabala Innovation, explica que “estes programas respondem à necessidade de uma Europa mais unida e solidária, que integre a inovação tecnológica, social e cultural para enfrentar os grandes desafios que tem pela frente”. A Comissão Europeia pretende que os fundos cheguem a um conjunto diversificado de atores, desde pequenas organizações da sociedade civil até grandes consórcios de investigação, com o objetivo de maximizar e diversificar o impacto de cada um dos projetos financiados.

Horizon Europe Cluster 2: cultura, criatividade e sociedade inclusiva

O Cluster 2 do Horizon Europe, um dos pilares da política de investigação e inovação da UE, publicou os últimos convites para apresentação de candidaturas para este ano, centrando o seu apoio em projetos que explorem o património cultural europeu e promovam as indústrias culturais e criativas. Neste contexto, destaca-se o convite à criação da Nuvem europeia colaborativa para o património cultural, cujo objetivo é criar um espaço digital colaborativo para o património cultural. A intenção é conseguir uma plataforma na nuvem que facilite o acesso, a troca de informação e a conservação da herança cultural europeia, avançando para um espaço comum de dados no âmbito cultural.

 

“Integrando os avanços digitais e criando um espaço colaborativo sem precedentes, Bruxelas promove a preservação e a valorização do património cultural na Europa”, explica De Allende. “A nuvem europeia para o património cultural promoverá a colaboração entre instituições culturais e entidades de diferentes países, resultando numa maior coesão e no enriquecimento do acesso dos cidadãos ao património comum da União Europeia”, acrescenta.

Dentro deste convite, as instituições participantes poderão aceder a fundos em diversas áreas temáticas, que terão como objetivo investigar e desenvolver ferramentas e funcionalidades básicas que tornem a plataforma atrativa, útil e fácil de utilizar.

A Comissão Europeia espera que esta plataforma possa facilitar a colaboração entre museus, arquivos e centros de investigação na Europa, promovendo assim uma visão partilhada da identidade cultural europeia.

CERV: cidadania, igualdade, direitos e valores

O programa Citizens, Equality, Rights and Values (CERV) orienta-se para a consolidação de uma sociedade europeia democrática, inclusiva e pluralista. O CERV apoia projetos que procuram fortalecer os direitos civis, promover a igualdade de género e fomentar a participação cívica. Os convites à apresentação de candidaturas deste programa estruturam-se em quatro pilares: igualdade de direitos, participação cidadã, combate à violência (através da sua secção Daphne) e promoção dos valores da União Europeia.

 

De Allende sublinha que “o CERV é uma plataforma que permite às organizações da sociedade civil, locais e transnacionais, responder a desafios de coesão social e democracia”. Esta especialista explica que o enfoque do programa no fortalecimento dos valores europeus para as candidaturas de 2025, está em sintonia com a necessidade de criar sociedades mais inclusivas e resistentes às divisões sociais. “Projetos enquadrados no CERV, como aqueles que fomentam a participação dos cidadãos em processos democráticos, são cruciais numa Europa onde as democracias se veem ameaçadas pela polarização”, assegura.

Europa Criativa: um impulso para a cooperação cultural

O programa Europa Criativa aumentou significativamente o seu orçamento para o período atual, com o objetivo de fortalecer o setor cultural e criativo. “Este aumento reflete a importância da cultura e da criatividade para o tecido social e económico da UE”, afirma Iraia Nuñez, consultora em projetos europeus na Zabala Innovation. “Os convites à apresentação de candidaturas do programa Europa Criativa procuram ativar a cooperação cultural para que a Europa seja uma referência não só de inovação económica, mas também de inovação social e cultural”, acrescenta.

 

O programa divide-se nas áreas de Cultura, Média e Intersectorial. Em 2025, espera-se que a primeira área incentive a criação de redes e alianças entre artistas e organizações culturais de diferentes países, promovendo a inovação no setor, fomentando a sua dimensão económica e social, a mobilidade e visibilidade do talento europeu, fortalecendo a transição digital e verde.

Neste contexto, destaca-se o convite para Projetos de Cooperação. Dotado com um orçamento de cerca de 60 milhões de euros, esta iniciativa foca-se em projetos de pequena, média e grande escala que pretendem melhorar o acesso às obras culturais e criativas europeias, promovendo a inovação e a criatividade no setor. Os projetos selecionados terão como objetivo aumentar a competitividade da produção cultural europeia e garantir a acessibilidade do público a uma oferta cultural ampla e diversa.

Por sua vez, a área intersectorial visa apoiar o desenvolvimento de projetos multidisciplinares nos setores cultural e criativo. No seu âmbito, convites como o Innovation Lab procuram promover novas formas de criação através de abordagens e tecnologias inovadoras que facilitem a distribuição ou a promoção e monetização do setor cultural e criativo, incluindo o património cultural. No que respeita ao setor dos média, Nuñez destaca o convite Journalism Partnership, cujo objetivo é apoiar os meios de comunicação na sua adaptação às novas tendências económicas e de consumo.